PSDB terceiriza discurso da privatização mirando Infraero

NB: PRIVATISTAS NÃO QUEREM LARGAR O OSSO MAIS APETITOSO DO BRASIL:SÃO PAULO

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abril 19, 2010 | 2 Comentários

arnaldojabor33

Após duas derrotas seguidas em eleições presidenciais, o PSDB resolveu abandonar o discurso da privatização e buscou até mesmo a defesa de um Estado mais forte como pode ser conferido no programa de governo do pré-candidato tucano, o ex-governador José Serra. Com vergonha do seu passado, os tucanos decidiram ficar de bico calado e terceirizaram na campanha o tema da venda das empresas estatais.



Na verdade, a privatização das empresas estatais nunca foi objeto de campanha presidencial dos tucanos. Eles só “queimaram” a preços de banana as empresas de propriedade do Estado depois que se empoleiraram no poder com a eleição de Fernando Henrique Cardoso. O PSDB nunca debateu o assunto com a sociedade, apenas vendeu as empresas após seu sucateamento e campanhas de desmoralização.



Paralelamente à campanha do PSDB é fácil perceber uma sinalização de que a volta dos tucanos ao poder o Brasil certamente passará por nova onda de privatizações, atingindo agora empresas estratégicas que salvaram o País da crise financeira internacional da qual países mais ricos que o nosso ainda não conseguiram se livrar.

Na semana passada, a Rede Globo apresentou no telejornal Jornal da Globo uma reportagem que retoma a campanha de desmoralização das empresas estatais para justificar a sua privatização. Para isso, ressuscitou até o caos aéreo de dois anos atrás, quando uma greve de controladores de vôo colocou literalmente no chão o que devia estar voando.

O alvo da reportagem foi a Infraero (Empresa de Infraestrutura Aeroportuária), uma das jóias da coroa que escaparam da privatização promovida pelos governos do PSDB e hoje é objeto de desejo do capital privado. A empresa opera 67 aeroportos. Em 2009, passaram por esses terminais 128 milhões de passageiros em 2009 e 500 mil toneladas de carga, que deixaram nos cofres da Infraero mais de R$ 1,2 bilhão de reais. É nesse faturamento que os privatistas estão de olho.

Sem nenhum gancho que justificasse a reportagem, a emissora levou ao ar um monte de mentiras sobre as condições atuais de funcionamento dos aeroportos, com direito a um desvairado comentário de Arnaldo Jabor. Entre outras bobagens, o cineasta travestido de jornalista de direita disse que como a classe média hoje viaja mais de avião, os aeroportos se transformaram num inferno, para em seguida arrematar:

“Será que a Infraero nunca será privatizada?”

Este é o verdadeiro gancho da reportagem, sua motivação. Como ventríloquos do PSDB, a Globo e Jabor falaram o que os tucanos querem fazer mas tem medo e vergonha de dizer. Por trás de toda a gana do PSDB de voltar ao poder está a retomada do seu programa de privatização das empresas estatais.

Não é preciso viajar de avião para saber que aquele caos aéreo – que mergulhou o setor aeroportuário numa crise sem precedentes e provocou inclusive a substituição do ministro da Defesa, quando saiu Waldir Pires e entrou Nelson Jobim – faz parte do passado. Hoje ele só existe nos interesses escusos da Rede Globo e daqueles que estão sempre prontos para dilapidar o patrimônio nacional.

Essa reportagem do Jornal da Globo é apenas uma mostra do que vem por aí. Se o eleitor ficar atento ao noticiário da chamada grande imprensa (Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, Veja e Rede Globo) facilmente vai observar que até o dia das eleições presidenciais vamos enfrentar uma orquestrada campanha de desmonte do Estado brasileiro.

Essa campanha terá um arco amplo, abrangendo falsas notícias sobre o sucateamento de empresas estatais, como foi feito com a Infraero, passando por um pseudo inchaço da máquina do governo, com críticas ao aumento dos gastos públicos por conta da contratação de novos servidores ou com os programas sociais, como o Bolsa Família ou valorização do salário mínimo.

Seu objetivo será o de tentar convencer o eleitor de que o Estado é mau empresário, para justificar a transferência dos bens públicos para a iniciativa privada. Além da Infraero, o capital privado está de olho na Petrobrás, no Banco do Brasil, na Caixa Econômica e no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

É preciso estar atento e forte para evitar que isso possa voltar a ocorrer.



Geraldo Seabra
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