Não é verdade que “a economia foi bem no governo Lula só porque este não mudou a política econômica de FHC”
com um comentário
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Tópico 3: Não é verdade que “a economia foi bem no governo Lula só porque este não mudou a política econômica de FHC”;
Quando se fala em política macroeconômica implantada por FHC, refere-se geralmente ao tripé câmbio flutuante, regime de metas de inflação e superávit primário. Vamos poupar o leitor do economês: basicamente, o preço do real em relação ao dólar não é fixo, flutuando livremente; o Banco Central administra os juros para manter a inflação dentro de um patamar; e busca-se bons resultados nas transações com o exterior para pagar as contas do governo.
Nem sempre foi assim, nem mesmo no governo FHC: até 1998, o câmbio era fixo. Todo mundo se lembra que, em janeiro de 1999, a cotação do dólar, que valia pouco mais de um real, subitamente dobrou. Talvez não se lembre que isso ocorreu porque FHC tinha mantido artificialmente o câmbio fixo durante 1998, para ganhar a sua reeleição – que teve um custo altíssimo para o país – e logo depois, vitorioso, mudou o regime cambial (no que ficou conhecido como “populismo cambial”). O regime de metas de inflação foi adotado só depois disso. Ou seja, FHC não só não adotou uma mesma política macroeconômica o tempo em que esteve no Planalto, como também deu um “cavalo-de-pau” na economia, que jogou o Brasil nos braços do FMI, para ser reeleito.
Que política macroeconômica de FHC então é essa, tão “genial”, que o Lula teria mantido? A estabilidade foi mantida, sim, e a implementação do Plano Real pode ser atribuída ao governo FHC (embora Itamar Franco, hoje apoiador de Serra, discorde disso).
Mas Lula fez muito mais do que isso. A inflação não voltou: as taxas de inflação foram mantidas, entre 2003 e 2008, num patamar inferior ao do governo anterior. E com uma diferença: a estagnação econômica foi substituída por taxas de crescimento econômico bem maiores, com redução da dívida pública.
A alta do preço das commodities no mercado externo favoreceu esse quadro (reduzindo a inflação de custos), mas não foi tudo. O crescimento da economia também foi favorecido pelo crescente acesso ao crédito: em 2003, foi criado o crédito consignado, para o consumo de massa de pessoas físicas – e deu certo, puxando o crescimento do PIB; o BNDES se tornou um agente importantíssimo na concessão de crédito de longo prazo (veja esta tabela), induzindo outros bancos a paulatinamente fazerem o mesmo.
Os aumentos reais do salário mínimo e os benefícios do Bolsa Família foram decisivos para uma queda da desigualdade social igual não se via há mais de 40 anos: foi a ascensão da classe C.
Isso tudo é inovação em relação à política econômica de FHC.
E quando bateu a crise? Aí o governo Lula foi exemplar. Ao aumentar as reservas em dólar desde o princípio do governo, dotou o país de um colchão de resistência essencial. Os aumentos reais do salário mínimo e o bolsa família possibilitaram que o consumo não se retraísse e a economia não parasse – o mercado interno segurou as pontas enquanto a crise batia lá fora. E, seguindo o receituário keynesiano – num momento em que os economistas tucanos sugeriam o contrário – aumentou os gastos do governo como forma de conter o ciclo de crise. Deu certo. E a receita do nosso país virou motivo de admiração lá fora.
No meio da pior crise global desde a de 1929, o Brasil conseguiu criar milhões de empregos formais. Provamos que é possível crescer, num momento de crise, respeitando direitos trabalhistas, sendo que a agenda do PSDB era flexibilizá-los para, supostamente, crescer.
Você ainda acha que tucanos são ótimos de economia e petistas são meros imitões?
Então vamos ao argumento mais poderoso: imagens valem como mil palavras.
Dedique alguns minutos a este vídeo, e depois veja se você estaria feliz se Serra fosse presidente quando a crise de 2008/2009 tomou o Brasil de assalto.
Se você tem mais interesse nessa discussão, baixe este documento aqui e veja como andam os indicadores econômicos do Brasil neste período de crescimento, inflação baixa e geração de empregos.
Escrito por augustodafonseca13
20 20UTC outubro 20UTC 2010 em 8:37
20 20UTC outubro 20UTC 2010 em 8:37
Não é verdade que houve “aparelhamento da máquina administrativa” na Era Lula
Ricardo Lins Horta
escreveu este texto, recheado de fontes. Ele é dirigido aos leitores
indecisos. Fique à vontade para repassá-lo mas, por favor, preserve os
links. Eles são a fundamentação do argumento.
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Tópico 1: Não é verdade que houve “aparelhamento da máquina administrativa” na Era Lula;
Você já deve ter ouvido por aí, tantas vezes, que o PT e o governo
Lula “aparelharam o Estado”, usando dos cargos em comissão para
empregar amigos, apaniguados e militantes, certo?
Pois bem, então lhe perguntamos: quantos são esses cargos em comissão
no Poder Executivo federal? São 200 mil, 80 mil, 20 mil? Você faz
ideia de qual é esse número preciso?
Primeiramente, acesse este documento aqui: o Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento, última edição, de julho deste ano.
Vejamos: na página 33, você pode ver que há hoje, no Executivo federal, um total de 570 mil servidores civis na ativa.
Os ocupantes de DAS (cargos de direção e assessoramento superior) são 21,6 mil (página 107).
Porém, os de recrutamento amplo, ou seja, aqueles que foram nomeados
sem concurso, sem vínculo prévio com a administração, são quase 6 mil
(página 109), ou pouco mais de 1% do total de servidores civis. Se você
considerar apenas os cargos que são efetivamente de chefia (DAS 4, 5 e
6), não chegam a mil e quinhentos.
Parece bem menos do que se diz por aí, não é mesmo? Agora vamos lá:
para que servem esses cargos? Não custa dizer o óbvio: em democracias
contemporâneas, o grupo que ganha o poder via eleições imprime ao Estado
as suas orientações políticas. Em alguns países, o número de
comissionados é maior (caso dos EUA); em outros, menor (como na
Inglaterra). É natural que seja assim.
O que dizem os estudos internacionais sérios sobre a máquina administrativa brasileira? Vá aqui e baixe um estudo da OCDE sobre o tema.
No Sumário Executivo, você verá que o Brasil não tem servidores
públicos em excesso, embora o contingente de servidores esteja em
expansão e ficando mais caro; que há necessidade de servidores sim, para
atender às crescentes demandas sociais; que uma boa gestão de RH é
essencial para que isso se concretize; e que o governo federal deve ser
elogiado pelos seus esforços em construir um funcionalismo pautado pelo
mérito.
Vamos então falar de meritocracia? O que importa é
que o governo Lula perseguiu uma política de realização de concursos e
de valorização do servidor público concursado sem precedentes.
Basicamente, com os novos concursos, a força de trabalho no serviço
público federal retomou o mesmo patamar quantitativo de 1997. A maior
parte dos cargos criados pelo PT, porém, foi para a área de educação: para as universidades e institutos técnicos já existentes ou que foram criados.
Volte no Boletim Estatístico e veja a página 90, sobre as novas
contratações em educação. Houve muitos concursos para Polícia Federal e
advocacia pública, além de outras áreas essenciais para o bom funcionamento do Estado.
O governo Lula regulamentou os concursos na área federal (veja os arts.10 a 19 deste Decreto), recompôs as carreiras do ciclo de gestão,
dotou as agências reguladoras de técnicos concursados (veja a página
92 do Boletim Estatístico), sendo que nos tempos de Fernando Henrique, elas estavam ocupadas por servidores ilegalmente nomeados.
E então? você ainda acha que houve inchaço da máquina pública? Dê uma olhada nos dados deste estudo aqui.
E os tucanos, que alegam serem exímios na gestão pública? O que têm para mostrar?
Nos tempos de FHC, o contingenciamento levou à sistemática não
realização de concursos. Para atender às demandas de serviço, a
Esplanada nos Ministérios se encheu de terceirizados, temporários e
contratados via organismos internacionais, de forma ilegal e irregular. Eram dezenas de milhares deles. Em 2002, apenas 30 servidores efetivos foram nomeados! O governo Lula teve de reverter isso, daí a realização de tantos concursos públicos.
Você sabia? O Estado de São Paulo, governado por José Serra, tem proporcionalmente mais ocupantes de cargos em comissão por habitante do que o governo federal.
E os técnicos, concursados, como são tratados por lá? Bem, eles não estão muito felizes com o Serra não.
Talvez porque as práticas que o PSDB mais condena no governo federal sejam justamente aquelas que eles praticam no governo estadual…
Escrito por augustodafonseca13
20 20UTC outubro 20UTC 2010 em 8:04
20 20UTC outubro 20UTC 2010 em 8:04
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