terça-feira, 22 de maio de 2012

A MALDIÇÃO DO EXAME DE ORDEM

 
14 de Abril de 2012
Uma questão que intriga muitos bacharéis é a razão de pessoas, com conhecimento da situação imposta pela OAB, para defenderem o exame da Ordem.
Qualquer pessoa com o mínimo de interesse e pesquisa descobre um exame inconstitucional, manipulado para fazer reserva de mercado e gerador de dezenas de milhões a cada exame sem a mínima fiscalização.
O tal exame, gera poder e dinheiro a alguns e prejudica diretamente milhões de bacharéis em direito e sabe-se lá quantos milhões, indiretamente, entre pais, cônjuges, filhos e parentes próximos.
Cada bacharel entra em contato com o Deus do seu coração a cada noite e clama pelo fim do imoral exame. Xintoísta ou Judeu, Cristão ou Muçulmano, Hindu ou Budista, todas as religiões delegam a Entidade Suprema o comando dos acontecimentos terrenos. Assim, como o Universo é dual, nesta vida existe o bem e o mal e se algo existe, é porque lhe é permitido pela Autoridade Suprema sua existência.
Destarte, queiramos ou não, o exame da Ordem, esta excrescência jurídica, destinada a ser martírio de milhões de bacharéis, é algo permitido pela Entidade Divina, que permite ainda a fome, as pestes, as drogas, a dor e tantas outras coisas ruins que permeiam nossa vida.
Assim como foi dado poder a ditadores sanguinários como Alexandre Magno, Nero, Napoleão e mais recentemente a Franco, Mussolini e Hitler, assim também foi dado o poder de decidir e manipular a vida de milhões a vários dirigentes da OAB, hoje nas mãos de Ophir Cavalcante e Flávio D’Urso.
Em uma década e meia de manipulação e espoliação, o exame tem um caixa forte e uma mensagem subliminar gravada na sociedade, que ainda imagina ser o exame da Ordem uma seleção em defesa da sociedade, como prega há anos a OAB.
Desta forma, muitos defendem o exame por ignorância da realidade e por influencia catequética da OAB. Agora, muitos defendem o exame por interesse pessoal, porque está obtendo ou espera obter vantagens para si próprio ou para pessoas de seu entorno. Isto não é uma ilação e sim, uma constatação.
O que vemos, no entanto, é que, mesmo sendo algo permitido pelo Divino, sua defesa terrena cobra caro dos que defendem esta imoralidade com interesses pessoais. Mesmo havendo bem e mal, uma regra Santa é de que, o que aqui se faz, aqui se paga...
Vejamos os casos:
O Senador Leite Chaves foi o primeiro a propor a pedido da OAB, a implantação do exame da Ordem como porta restritiva aos bacharéis. Seu projeto tramitou rapidamente, foi aprovado no Congresso e finalmente, vetado integralmente (mensagem de veto 736/92) pelo Presidente Fernando Collor. Não se reelegeu e sumiu da vida pública...
Ulysses Guimarães, o Senhor Diretas, o ícone e presidente vitalício do MDB e depois do PMDB, aclamado defensor da democracia e histórico adversário da ditadura, foi quem negociou com a OAB quando o exame da Ordem foi vetado por Fernando Collor. A OAB entrou na campanha pelo impeachment de Collor e Ulysses entrou com o mesmo projeto vetado novamente, que seria sancionado por Itamar Franco em 1.994. Seu helicóptero desapareceu no mar, junto com sua esposa e o senador Severo Gomes e esposa em outubro de 1.992, meses após entrar com o projeto negociado com a OAB.
Itamar Franco foi o presidente que sancionou a lei 8.906/94 e que criou a “porteira” extra aos bacharéis do exame da Ordem. Foi traído por Fernando Henrique Cardoso, perdeu eleição para o governo de Minas Gerais e quando se elegeu novamente para o senado, faleceu nos primeiros meses de mandato.
Nos nossos primeiros contatos no Congresso, o maior adversário era o Senador Valter Pereira de Mato Grosso do Sul. Foi ele o defensor do exame que tentou desacreditar os líderes do MNBD na Audiência Pública que aconteceu no Senado em março de 2008. Com sátiras e ironias, interpelou vários colegas e defendeu com unhas e dentes o ilegal e imoral exame. Buscou reeleição em 2010 e amargou derrota política. Não tivemos mais informações sobre ele e sua carreira...
O senador Magno Malta era o destaque da Mídia em 2007. Estava sempre nas manchetes junto com a Polícia Federal, destacava-se na luta contra a pedofilia, era cotado para o governo do Espírito Santo e foi indicado relator para o Projeto de Lei de Gilvam Borges que extinguia o exame. Primeiro saiu afirmando a todos que o exame teria que acabar, pois era ilegal e imoral. Depois de uma reunião com o presidente da OAB Cezar Britto mudou e passou a dizer que o exame tinha de mudar... Foi indiciado pela mesma Polícia Federal na Operação Sanguessuga por ligação com os corruptores que vendiam ambulâncias a preços super faturados, livrou-se usando brechas jurídicas e até conseguiu se reeleger, mas sumiu da mídia e de cargos de destaque no Senado.
O Senador Marconi Pirillo foi relator da PEC 001/2010 que acaba indiretamente com o exame da Ordem. Ele promoveu uma audiência Pública para debater a questão e o MNBD/OABB enviou ofício para que representantes dos bacharéis fossem convidados, inclusive de outras entidades e movimentos. O ofício foi solenemente ignorado. A audiência foi um fracasso, decidiu-se apenas marcar outra reunião que acabou não acontecendo... Pirillo foi pressionado a nos ignorar, já que fazia curso de Direito em faculdade goiana de maneira “estranha” pelo menos. Ele, a esposa e um assessor formavam a “turma” que tinha aulas nos sábados e domingos. Só eles... Após esta audiência, Pirillo que era um forte nome do PSDB à presidente juntamente com Aécio Neves, se elegeu governador de Goiás novamente e tem uma lista de processos por improbidade administrativa no Supremo Tribunal Federal... Submergiu e deixou de ser um nome nacional... Seu nome já é citado na Operação Monte Carlo da Polícia Federal e surgem acusações de ligação com Carlinhos Cachoeira... Vai afundar um pouco mais...
O Ministro Fernando Haddad fez uma escolha pela OAB ainda no início do governo Lula. Atropelou o SINAES (lei de avaliação das Universidades) e perseguiu as faculdades de Direito. Fechou vagas, fez ouvidos de mercador quanto ao imoral exame e foi parceiro da OAB. Indicado por Lula para ser candidato a prefeito de São Paulo não sai dos 3% nas pesquisas, já perdeu metade dos partidos que poderiam apoiá-lo e tem adversários dentro do próprio PT, como a senadora Marta Suplicy.
Haddad, porém, foi traído por quem mais apoiou. A OAB que defendeu enquanto ministro, lhe negou apoio na campanha e a maior de todas as traições, Flávio D’Urso que sempre fez os bastidores da OAB em Brasília e era seu dileto amigo, saiu também candidato a prefeito pelo PTB...
Aliás, o arquiteto de toda a reviravolta no julgamento do Supremo em outubro de 2011, o homem que é amigo da Presidente Dilma, que conversa, indica e tem amizade com os ministros do STJ, STF e na PGR, que visita gabinetes nos Ministérios e no Congresso, que participa de festas e encontros de personalidades em Brasília, que é a “eminência parda” da OAB e um dos nomes para suceder Ophir Cavalcante, é Flávio D’Urso, presidente da OAB SP.
Candidato a prefeito de São Paulo, D’Urso tem a proeza de não passar de 1% nas pesquisas... Ele pode até ser o próximo presidente da OAB, mas prefeito de São Paulo posso assegurar que não será...
D’Urso e Ophir estavam presentes no Julgamento em que Marco Aurélio entregou sua “tese de constitucionalidade” sobre o exame da Ordem... A mudança de Marco Aurélio, nos últimos dias antes do julgamento ainda não tem explicação. Se pode se falar em cobrança em parcelas... O Brasil já o cobrou pela liminar contra o Conselho Nacional de Justiça, que os Ministros do Supremo derrubaram e que a Mídia o atacou e condenou por corporativismo com juízes que não querem ser fiscalizados por ninguém. Entendo que teremos outras “parcelas” de cobrança no futuro...
Ophir já está sendo cobrado. Aliás, por seus próprios pares... O presidente da OAB do Pará, sua terra natal, já denunciou tantas irregularidades de Ophir que ao menos ele não se reelege para presidente da OAB. Ele tem processo de impeachment correndo contra ele, tem ações judiciais cobrando explicações e ainda pode ter de devolver salários recebidos irregularmente, além de contratos de seu escritório no Pará que deverão ser extintos...
O “cara da vez”, no entanto, é o senador Demóstenes Torres... Em março de 2011 ele fez um relatório contra a PEC 001/2010 que acaba com o exame e o apresentou em uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça tendo como seus convidados Ophir e outros líderes da OAB. Com pouco debate e muito lobby, a PEC foi rejeitada e Ophir e os demais líderes festejaram via mídia o fim da PEC.
Foi uma vitória de Pirillo, pois o Senador Antonio Carlos Valadares recorreu para a PEC ir à plenário e precisava de mais 8 assinaturas. Teve 18 assinaturas de senadores. 10 senadores fizeram questão de assinar mesmo já tendo o número necessário...
O que as revistas semanais destacam agora é que – coincidência – em março de 2011, Flávia, a então namorada de Demóstenes, ainda sem colar grau passa no exame da Ordem da OAB e pasmem: com 10!!!
Além de gabaritar a prova, a Polícia Federal grava uma conversa dela com o contraventor Carlinhos Cachoeira, onde Flávia diz textualmente que a carteira era uma “conquista nossa”, ou seja, dela e de Carlinhos Cachoeira...
Começa com as reportagens, a cobrança da maldição sobre Demóstenes. Perde a liderança do DEM no Senado, a Câmara prepara uma CPI para investigar a Operação Monte Carlo da PF e claro, Demóstenes também, o Ministro Ricardo Lewandwski aceita a abertura de processo contra o senador. O atual presidente da Comissão de Ética do Senado, nosso apoiador Senador Jayme Campos, prepara a comissão para receber a representação do PSOL e, a conta-gotas, a imprensa divulga mais e mais gravações contra Demóstenes. Uma mais comprometedora do que outra...
Demóstenes já declarou segundo reportagens, que “está morto politicamente”... Se reeleger está fora de questão. Manter o mandato de senador ainda é uma incógnita, e sua permanência no Partido Democratas é questão de dias, se não “pedir pra sair” será expulso...
Uma tradição milenar no Egito era a de que, profanadores dos túmulos dos Faraós tinham mortes horrendas. Mito ou realidade, muitos arqueólogos tiveram fim trágico depois de descobertas de túmulos. Uma extensa lista de casos reais coloca, pelo menos, indícios de que a “maldição dos Faraós” é algo possível...
Na lista que apresentamos, com uma série de eventos negativos a defensores incondicionais do exame e seus mentores, podemos começar a apontar senão uma “maldição dos defensores do exame”, ao menos uma constatação: Pessoas esclarecidas e em destaque, com assessores e meios de se informar sobre as realidades do exame, defendem o imoral e ilegal exame apenas quando há interesses pessoais envolvidos.
A defesa da excrescência jurídica pode não ser o único motivo dos flagelos impingidos, mas o pedido de milhões de bacharéis pela Justiça Divina em várias línguas, credos e raças com certeza fazem o Criador mostrar sua ira e demonstrar que Ele ainda permite a existência do mal, mas que o bem sempre vence e que o justo pode esperar pela Justiça Celeste, que pode tardar, mas não falha...
*Reynaldo Arantes é bacharel em Direito pela Unoeste de Presidente Prudente/SP, jornalista e radialista, Presidente Nacional do MNBD/OABB. 

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