Tenho insistido aqui que, à exceção do reivindicado pelo Movimento Passe Livre (MPL), os atuais protestos que percorrem as ruas do País foram pesadamente influenciados pelo tom que as folhas e telas cotidianas deram a seus noticiários nos últimos anos. Especialmente a televisão, e nesta aRede Globo, com sua estrondosa e concessionada capacidade de infiltrar interesses próprios em sua linha editorial.
Como explicar que a razoável satisfação com nossos governantes, em todas as instâncias, registrada através de pesquisas de opinião, tenha sido abalada com tal intensidade, em tão curto espaço de tempo, se não pela pauta pisada e repisada pela mídia e assim informada à população? Geração espontânea, nem pensar.
Lembremos que aparelhos de TV (mais do que um até) todas as casas têm. Mesmo as mais pobres. Daí o estopim do MPL ter virado condenação e clamor geral em rastilho de poucos centímetros.
Da inflação do tomate à queda no crescimento econômico. Da corrupção à PEC 37. De Feliciano aos gastos com os estádios da Copa. Tudo, enfim, que movimentou as redes sociais e se transformou em manifesto foi, originalmente, levantado nos grandes grupos de mídia. Às limitações dos impressos, lidos apenas pelos estratos ricos e de classe média alta, bastava acrescentar o poder de comunicação da TV Globo para conformar opinião nas redes.
Parte do que está acontecendo pode ser entendido em artigo abaixo, de Luís Nassif.    republicado aqui