Aliado aos setores mais conservadores do parlamento, deputado Cândido
Vaccarezza (PT-SP) trai a presidente Dilma e também o Partido dos
Trabalhadores; ao empurrar a reforma política para 2018, ele prova ser o
homem certo para mudar alguma coisa e deixar tudo como está; "é cabível
um deputado rasgar a orientação de sua agremiação e se compor com os
que querem derrotá-lá?", questiona Breno Altman, em análise exclusiva
para o 247
18 DE JULHO DE 2013
Por Breno Altman, especial para o 247
A presidente Dilma Rousseff discursava no Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social. Marcante em sua intervenção era a defesa do
plebiscito pela reforma política. Poucas horas antes, um deputado de seu
partido, Cândido Vaccarezza (SP), apresentava-se como o coveiro da
consulta popular e decretava que nenhuma mudança seria válida antes de
2016 ou 2018.
O parlamentar paulista, coordenador do grupo de trabalho sobre sistema
eleitoral, não afrontou apenas a convocação da chefe de Estado. Violou
abertamente resolução da própria agremiação a que pertence desde sua
fundação.
Indicado para a função atual pelo presidente da Câmara dos Deputados, o
peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN), Vaccarezza atua como um
franco-atirador e se associa aos setores mais conservadores do
parlamento. Nunca escondeu que, em termos gerais, é um apoiador das
regras atuais do jogo político-eleitoral. Essa talvez tenha sido sua
principal credencial para o papel que lhe outorgaram. É o homem certo
para mudar alguma coisa e deixar tudo como está.
Mas o pior não são suas ideias sobre o funcionamento da democracia. Está
no seu direito ter as posições que bem entender e escolher as
companhias que preferir. O mal maior que sua atitude produz é contribuir
para a desmoralização dos partidos políticos, prato tão ao gosto do
reacionarismo pátrio.
Ao formar na troika contra o plebiscito e a reforma política, ladeado
por Alves e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado constrange o PT e o faz
ficar parecido com as demais legendas. Não é segredo para ninguém que,
exceção normalmente feita aos partidos de esquerda, o restante das
organizações é regido pela agregação de interesses pessoais e
corporativos, cumprindo apenas a missão de legenda eleitoral.
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