Por Redação - de Brasília
Randolfe Rodrigues (D) conversa com o senador Jorge Viana, em uma sessão do Senado |
Denúncia documentada, formulada pelo ex-presidente da Assembleia
Legislativa do Amapá, Fran Junior, no mês passado, foi arquivada na
Procuradoria Geral da República, mesmo sem os laudos da perícia
grafotécnica, que comprovaram, nesta quarta-feira, ser do senador
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) as assinaturas nas provas de corrupção
encaminhadas à Mesa Diretora do Senado. Segundo o processo, o
ex-governador do Amapá, João Capiberibe, do PSB, organizou um mensalão
no Estado, que beneficiou vários deputados com depósitos de até R$ 20
mil. Entre eles, o próprio Fran Junior além do hoje senador Randolfe
Rodrigues. Após se manifestar sobre a criação de partidos, alinhando-se
com o ministro Gilmar Mendes, assim como ao grupo de senadores, do qual
Randolfe fez parte, que foi ao STF pedir pela intervenção do Supremo no
Congresso, Gurgel foi favorável ao senador do Amapá e mandou arquivar a
denúncia, sob a alegação que não seria crível um parlamentar assinar
recibos que comprovassem um ato ilícito.
No caso conhecido como ‘mensalão, no entanto, Gurgel usou como provas
contra os parlamentares envolvidos exatamente os recibos assinados por
eles no Banco Rural. A denúncia, na época, também partiu de um
parlamentar, o então Roberto Jefferson (PTB-RJ). No ‘mensalinho’
amapaense, a denúncia é do presidente da Assembleia, que, além do seu
próprio testemunho, apresentou os recibos. Segundo Gurgel, no entanto,
usou de pesos diferentes para cada processo.
Nota de apoio
Logo após a eclosão do escândalo, a Executiva Nacional do PSOL, em
conjunto com a bancada do partido no Congresso, divulgou uma nota em
defesa do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), “que tem sido vitima de
falsas denúncias levadas a cabo por políticos do Amapá considerados
fichas-sujas”, afirma o texto. A solidariedade do partido foi
manifestada logo após as “investidas de setores conservadores do Estado,
em jornais da grande imprensa, que acusam Randolfe de ter recebido
mesada durante seis meses como deputado estadual do Amapá”. De acordo
com a nota, tais investidas são capitaneadas pelo atual presidente do
Senado Federal, Renan Calheiros (AL).
“Na verdade, o artífice desta ofensiva é Renan Calheiros, cujas
credenciais dispensam comentários e contra quem o PSOL lutou sem trégua,
desde 2007, quando encabeçou a campanha ‘Fora Renan’”, ressalta o
documento.
Confira a íntegra da nota, assinada pela Executiva Nacional do PSOL e pela Bancada do PSOL
Nota da Executiva Nacional e
da bancada federal do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
em apoio ao senador Randolfe Rodrigues
Prestamos nossa solidariedade ao companheiro senador Randolfe Rodrigues,
vítima de um ataque calunioso de parte de quem não tem a mínima
credibilidade: senador Renan Calheiros, presidente do Senado Federal.
Renan encaminhou à Procuradoria Geral da República petição contra o
senador Randolfe Rodrigues a partir de uma denúncia falsa divulgada por
um notório “ficha-suja” do Estado do Amapá, condenado por improbidade
administrativa e indiciado pela CPI do Narcotráfico. Trata-se do
ex-presidente da Assembleia Legislativa do Amapá, Fran Júnior, atual
chefe de gabinete do deputado estadual do Amapá, Moisés Souza (PSC),
também ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado, afastado em
2012 por denúncias de formação de quadrilha, fraude em licitação,
peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Foi também um dos
denunciados pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Narcotráfico, do
Senado, acusado de envolvimento no crime organizado, tráfico de drogas e
corrupção ativa.
Fran Júnior, porém, é só a face pública do ataque da direita brasileira
ao PSOL. Na verdade, o artífice desta ofensiva é Renan Calheiros, cujas
credenciais dispensam comentários e contra quem o PSOL lutou sem trégua,
desde 2007, quando encabeçou a campanha “Fora Renan”.
Estes ataques contra o senador não são novidade, visto seus
enfrentamentos contra o crime organizado no Amapá desde quando era
deputado estadual, sempre atuando ao lado Ministério Público.
Consoante com a posição do PSOL em favor de todas as investigações
necessárias, o próprio Randolfe se antecipou e pediu a investigação
total do “dossiê”. O Ministério Público do Amapá já enviou resposta à
representação protocolada em agosto de 2012. O MP considerou as
denúncias improcedentes e investigará o autor delas por falsidade
ideológica. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal enviarão ao
senador a microfilmagem de todos os cheques recebidos por ele no período
de seu mandato de deputado estadual. Randolfe também protocolou uma
Notícia Crime, em setembro de 2012, no Ministério Público Federal. Nela
ele pede que o MPF investigue o autor do recibo falsificado que consta
do dossiê e que seja realizada uma perícia nos documentos. Na Polícia
Federal, Randolfe solicitou a abertura de inquérito e foi à PGR pedir
para que o Procurador Geral da República investigue o dossiê e comprove a
sua falsidade.
O PSOL não irá se intimidar com mais esta tentativa de colocar nosso
partido na vala comum dos “fichas-sujas”. Querem nos calar a todo custo,
pois sabem que somos hoje o único partido no Congresso Nacional que
defende de forma homogênea a ética, de maneira intransigente, e que não é
conivente com desvios de conduta, mesmo que estes interesses poderosos
nos ameacem com todo tipo de violência e arbitrariedade. De nossa parte,
não há o que temer quando se está do lado da justiça por isso prestamos
nossa solidariedade ao companheiro Randolfe Rodrigues, o qual tem se
destacado na luta contra o crime organizado no Amapá e no Brasil.
Executiva Nacional do PSOL e Bancada no Congresso Nacional
Postado há 3 hours ago por Blog Justiceira de Esquerda