Anúncio do novo valor para o salário-base (R$ 678), feito nesta
segunda-feira (24/12) pela presidente Dilma, consolida uma consistente
elevação do ganho real a partir do governo Lula. Os números são
incontestáveis e independem de julgamentos políticos. A questão para a
oposição é: como criticar a presidente e garantir, ao mesmo tempo, a
continuidade desse movimento do salário?
24 DE DEZEMBRO DE 2012 ÀS 19:00
Heberth Xavier_247 - O anúncio do novo valor do salário mínimo, feito
hoje pela presidente Dilma Rousseff, revela um dado incontestável pelos
números: a escalada ascendente do poder de compra no país a partir de um
de seus maiores preços, o salário básico. Politicamente, consolida uma
vantagem para o PT e aliados que traz e trará dor de cabeça extra à
oposição. Como criticar a presidente sem que isso aparente, ao eleitor,
um passo atrás no mínimo?
A média de aumentos no salário base no governo de Fernando Henrique
Cardoso, com efeito, foi de R$ 17,50 ao ano. Lula mais do que dobrou
esse número em seus oito anos no Palácio do Planalto (R$ 38,57
anualmente, na média). Com Dilma, nova expansão na média (R$ 56). Em
dólares, o quadro fica ainda mais favorável aos petistas, uma vez que, a
partir de 1999, a desvalorização do real jogou para baixo o valor
relativo do mínimo (veja o gráfico acima). Em dólares, por exemplo, o
mínimo começa 2013 valendo US$ 322,85. Lembrando que ele começou 2003,
primeiro ano de Lula, em US$ 77 -- depois de atingir um pico de US$ 120
em 1998, sob FHC -- e praticamente não parou de elevar-se desde então.
São números incontestáveis. Com FHC, houve retrocesso. Com Lula,
transferência de renda. A partir daí, claro, podem-se fazer julgamentos
políticos. Um deles é que os últimos anos foram beneficiados por um
mundo melhor na economia, ao contrário do período dos tucanos no poder,
com crises frequentes em todos os continentes. Mas esse argumento
esbarra na situação mundial desde 2008, com a crise americana.
Pode-se dizer que Lula seguiu as linhas básicas do governo de FHC e,
assim, pegou a “casa arrumada”. Pode ser ou pode não ser, dependendo da
opinião de cada um. O problema, para a oposição, é que o eleitor costuma
ser menos sutil em suas análises -- e isso no Brasil ou qualquer lugar
do mundo. Mensalão, corrupção, caso Rosemary? Ok, mas é difícil
convencer o eleitor que passou a ganhar mais -- e comprar mais -- que a
hora é de mudança.
Posted 24th December by Blog Justiceira de Esquerda
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