VINDA DE CUBANOS REFORÇA ÓDIO IDEOLÓGICO AO PT
Na rede, os médicos são tratados como "escravos de jaleco";
parlamentares da oposição, como Ronaldo Caiado (DEM/GO) e Eduardo
Azeredo (PSDB/MG), também alimentam a gritaria e acusam o governo de
querer mandar dinheiro para Fidel Castro; ministro Padilha diz que
cubanos que virão ao Brasil têm mais de 15 anos de experiência e muitos
falam português por terem participado de missões em países lusófonos; na
prática, eles irão para cidades sem médicos, que não receberam
inscrições de brasileiros
22 DE AGOSTO DE 2013
247 – O anúncio oficial, pelo Ministério da Saúde, da vinda de quatro
mil médicos cubanos para trabalhar no Brasil tem reforçado o ódio
ideológico ao PT. Além de qualificar a ação do governo como
"eleitoreira", o presidente da Federação Nacional dos Médicos, Geraldo
Ferreira, foi um dos primeiros, depois do anúncio da contratação, a
colocar em dúvida a qualidade desses profissionais. Segundo ele, a
atuação dos médicos cubanos em outros países "é muito próxima de brigada
militar, ao invés de um profissional de saúde".
Nas redes sociais, as críticas de parlamentares da oposição também foram
duras. "Nossos companheiros na importação de médicos cubanos:
Bolivia.,Equador,Venezuela ,Haiti. Mas o Lula não disse q o SUS era
perfeito?", provocou o deputado Eduardo Azeredo (PSDB/MG), um dos réus
do chamado "mensalão tucano". "A máscara caiu!!! Padilha assina convênio
internacional para contratar 4 mil médicos cubanos", escreveu o
deputado Ronaldo Caiado (DEM/GO), que é médico.
Caiado reforçou a tese de que os profissionais cubanos são escravos de
jaleco "que não verão a cor do dinheiro" e ainda "serão cabos
eleitorais". Ele ainda acusou o governo de usar a OPAS (Organização
Panamericana de Saúde), com quem o Brasil assinou convênio, de "laranja"
para importar cubanos. "Vão pagar R$ 500 milhões para serem repassados a
Fidel Castro", ataca. "Já estamos avaliando os termos desse acordo e
não vamos admitir qualquer ação com base no trabalho médico escravo",
ameaçou, pelo Twitter.
O colunista da revista Veja Reinaldo Azevedo seguiu a mesma linha de que
a contratação dos médicos cubanos é uma forma de o governo brasileiro
enviar dinheiro a Cuba. "Da forma como será, o Brasil será conivente com
a escravidão de médicos cubanos e ainda mandará dinheiro para Cuba",
escreveu na rede social. Até o escritor e novelista Aguinaldo Silva fez
sua provocação: "Enquanto examinam seus pacientes os médicos cubanos vão
conversar com eles sobre o quê? Os males do capitalismo?".
As mensagens levam a uma simples conclusão: as críticas são
principalmente ideológicas, se referindo até mesmo a Fidel Castro, uma
forma de mostrar que o sistema de governo da ilha é o principal problema
para a contratação. Do time de críticos, ninguém sugere, no entanto,
uma solução para resolver o déficit de médicos nas 701 cidades
brasileiras que não foram escolhidas por nenhum profissional inscrito
até agora no Mais Médicos. De acordo com o convênio com a OPAS, os
cubanos trabalharão nesses municípios.
Em maio desse ano, quando o País cogitou a contratação de médicos
cubanos, mas acabou anunciando o programa Mais Médicos, que aceita a
inscrição de profissionais de qualquer país, a revista Veja escancarou
esse preconceito: declarou que a vinda dos cubanos irá inundar o Brasil
de espiões comunistas (relembre aqui).
"Deixar o Partido dos Trabalhadores comandar a política externa dá
nisso", diz o texto da jornalista Nathalia Watkins, usando uma linguagem
do tempo da Guerra Fria.
Contra os ataques, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esclarece,
por exemplo, que 84% dos médicos cubanos que vão atuar nesses municípios
têm mais de 16 anos de experiência. E que muitos falam português por
terem participado de missões em países lusófonos. Todos já cumpriram
missões em outros países e todos têm experiência em medicina familiar e
comunitária, uma grande carência em cidades pobres e distantes das
capitais no País. Confira o gráfico abaixo:
Postado há 9 hours ago por Blog Justiceira de Esquerda
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