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Tucano diz ter pena de parlamentares que ganham salário de R$ 19 mil mensal
Cyro Miranda PSDB diz sentir pena de
quem precisa viver com o salário de R$ 19 mil líquidos por mê pago aos
parlamentares...A remuneração bruta de deputados e senadores é de R$
26,7 mil.
O senador Ivo Cassol (PP-RO),
famoso por dizer que político no Brasil é mal remunerado porque gasta
com medidas assistencialistas, faltou, na manhã de ontem, à sessão na
Comissão de Assuntos Econômicos, mas ganhou um representante à altura. O
senador Cyro Miranda (PSDB-GO) votou favoravelmente ao projeto que
acaba com o fim da regalia. No entanto, reclamou do baixo salário e
chegou a dizer que tinha pena de quem era obrigado a viver com R$ 19 mil
líquidos por mês, o que corresponde a 30 salários mínimos e meio.
Empresário, salientou, em tom de alívio, que não dependia do salário do
Senado para sobreviver. A afirmação acintosa silenciou o plenário da
comissão. Alguns políticos deram um olhar de reprovação, mas ele seguiu
com a choradeira pela "pequena" remuneração que recebe.
"Eu não vivo do salário de
senador, mas tenho pena daquele que é obrigado a viver com R$ 19 mil
líquidos com a estrutura que temos aqui. Sou favorável ao projeto, mas
que a gente pense diferente quando se propuser remuneração", afirmou.
Ele explicou que não há correção anual nos vencimentos dos
parlamentares. A remuneração bruta de deputados e senadores é de R$ 26,7
mil.
A estrutura precária a que o
senador se refere conta com verba indenizatória de R$ 15 mil, passagens
aéreas, apartamento funcional ou auxílio-moradia, verba para nomeação de
pessoal no gabinete, despesas ilimitadas com saúde, passaportes
diplomáticos, assinaturas de revistas e jornais, combustível, carros
oficiais e despesas com telefone e Correios. Algumas regalias, a exemplo
dos gastos com saúde, permanecem mesmo após o fim do mandato.
"Eu sou favorável ao projeto,
mas existe um movimento de pressão que não é a realidade. Há um falso
moralismo muito grande. Dezenove mil reais não é condizente com a nossa
atividade. Ficam oito anos sem corrigir o salário e, quando aumentam, a
sociedade grita. Toda base de trabalho tem um sindicato que cobra
aumento todo ano", discursou. Ele lembrou que, na legislatura passada, o
salário líquido dos parlamentares era de pouco mais de R$ 13 mil.
"Passam muito tempo sem fazer a correção. O problema é esse."
Extinção do 13º
Na saída, o senador Lindbergh
Farias (PT-RJ), relator do projeto, foi questionado por jornalistas se
também tinha pena de quem vivia com R$ 19 mil líquidos por mês. Ele
sorriu e declarou que os salários dos senadores não eram baixos. Durante
a sessão, Lindbergh foi colocado numa saia justa. Após defender a
extinção dos benefícios, o senador Benedito de Lyra (PP-AL) sugeriu que
ele também acrescentasse ao relatório o fim do pagamento de 13º para os
políticos.
"Acho justo que não recebamos o
13º salário. Queria que o senador colocasse isso no projeto. A gente só
trabalha de fevereiro a dezembro. O senador não é funcionário público. É
um representante do Estado e, por isso, não deveria receber nem o 13º.
Pode ser, senador? Pode acrescentar essa emenda?", questionou Lyra.
Visivelmente constrangido, o parlamentar carioca negou a solicitação.
"Sou conservador e vou deixar o projeto como ele foi apresentado",
rebateu Lindbergh. Correio
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