"Mauricinhos e patricinhas" do Mackenzie protestam contra o Enem e criam o "Cansei burguês-estudantil"
Apesar do nariz vermelho de bolota, o movimento "Cansei burguês-estudantil " não é nada engraçado
Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
Estudantes
da Universidade Presbiteriana Mackenzie, uma das instituições de
referência da burguesia paulistana, protestaram contra a diretoria da
instituição de ensino que resolveu adotar o Enem e dessa forma extinguir
o vestibular. Segundo os estudantes, que fecharam a rua da Consolação
no centro da cidade, o Mackenzie não está a "honrar as tradições" da
famosa escola, que sempre optou pelo vestibular e, seguramente, caro
leitor, sempre teve em seu corpo de alunos os filhos da burguesia
paulista e brasileira, que detesta pobres, negros, índios e tudo aquilo o
que eles, pretensiosos que são, consideram abaixo da importância que
eles consideram ter, apesar de, no fundo, não passarem de pessoas
elitistas cuja a essência é o preconceito de classe e de raça, em um
País miscigenado como o Brasil, que hoje é a sexta economia do mundo por
causa do trabalho competente do nosso povo, de todos os brasileiros.
A
diretoria do Mackenzie, entretanto, lamentou o protesto alienado e
preconceituoso burguês-juvenil e o chamou de "transtorno", porque
fechou ruas do centro da capital paulista e, por conseguinte, prejudicou
o direito de ir e vir de pedestres e motoristas trabalhadores que não
tem tempo a perder com filhinhos de papai e de mamãe que vivem em um
mundo de faz-de-conta no qual a leviandade, a futilidade, os
preconceitos, o egoísmo e a falta de discernimento e de informação sobre
as realidades brasileiras e, especificamente, o Enem é de deixar até um
bronco impressionado, de boca aberta ou de queixo caído com tanta
insensatez e intolerância.
A
mudança do processo seletivo do Mackenzie, conforme sua diretoria, foi
orientada pelo "princípio da universalidade para definir os critérios
que considera mais adequados para o processo seletivo, orientando-se
pelas diretrizes governamentais que apontam para esta questão" . Como se
observa, ser jovem e estudante filho da burguesia não significa que os
conceitos de tal juventude rica sejam modernos ou socialmente avançados.
Pelo contrário, são jovens conservadores, com conceitos e pensamentos
arraigados em uma sociedade pagtriarcal que em vez de incluir, excluía;
que em vez de democratizar o ensino, o privatizava ao tempo em que
apoiava e concordava que os governantes elitistas sucateassem a escola
pública que em algum tempo era de boa qualidade.
Os estudantes "mauricinhos" e "patricinhas" que usaram narizes de palhaços em seus rostos realizaram ontem o "Movimento Cansei Burguês Estudantil 2012" ou "O Mackenzie somente para os Ricos e Brancos 2012 — Cansei!".
Eles realmente se comportaram como "palhaços", no mau sentido da
palavra e envergonharam o movimento estudantil de várias épocas quando
lutava por inclusão, melhoria da escola pública, protesto contra a
ditadura ou contra governantes como o ex-presidente Fernando Collor. É o
fim da picada ver esses jovens a lutar pela elitização do ensino e não
conhecer os números e os índices, não somente do Enem, que é o portal da
luta pela igualdade social, bem como os números do ProUni, do Fies e do
Sisu. Esses alunos de mente decrépita e elitista não sabem para o que
servem esses programas implementados pelos governos trabalhistas de Lula
e de Dilma. Suas declarações sobre o Enem são ridículas, porque
demandam desconhecimento e total ignorância dos avanços pelos quais o
ensino no Brasil está a passar, a experimentar e a concretizar para o
bem da nossa sociedade, que ainda tem muitos bolsões de pobreza que
precisam ser eliminados, a fim de que tenhamos uma sociedade solidária,
democrática e justa.
Alunos
universitários com a cabeça colonizada e feitas pelos valores
apresentados pelos editoriais veiculados e publicados na imprensa
comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?), que combate,
historicamente, o desenvolvimento do povo brasileiro, bem como todos os
governantes trabalhistas que conquistaram a Presidência da República.
Jovens fúteis, alienados, mas que vivem em plena democracia que dá
oportunidade de a sociedade brasileira ver, ouvir e ler sobre as
peripécias egocêntricas de uma juventude alienada que brada nas ruas
pela exclusão social sem um pingo de vergonha na cara, pois, por ser
ignara, não compreende nem ao menos o papel ridículo que fizeram questão
de mostrar para o País. Ignorantes e insensatos. Colonizados e
desinformados. Preconceituosos e bárbaros, pois racistas e promotores do
preconceito de classe.
O governo neoliberal e excludente do PSDB paulista tem muita culpa no que diz respeito ao "Movimento Cansei Burguês Estudantil 2012" ou "O Mackenzie somente para os Ricos e Brancos 2012 — Cansei!". Como
todo governo neoliberal (governa só para os ricos), logo no primeiro
momento combateu o processo de democratização do ensino brasileiro
proporcionado pelo Enem, proUni, Sisu e Fies. Os tucanos de São Paulo
trataram logo de excluir (verbo que eles adoram) a USP e a Unicamp do
Enem, ou seja, boicotaram o processo mais democrático para educação
jamais visto no País, sem ao menos fazer uma pesquisa junto à população
paulista sobre a viablidade ou não de participar de processo tão
importante para os estudantes, notadamente os mais pobres e negros, que
tiveram retirada a oportunidade de entrar em universidades públicas
paulistas que sempre foram controladas pela burguesia daquele estado que
sempre esteve ao lado de governantes elitistas e neoliberais como José
Serra, Geraldo Alckmin, Gilberto Kassab, Jânio Quadros e Fernando
Henrique Cardoso, o pai do neoliberalismo e responsável maior pela venda
do patrimônio público brasileiro que ele não construiu e muito menos
projetou.
Para
finalizar, a diretoria do Mackenzie afirmou ainda que “o ENEM pode ser
considerado o mais democrático e inclusivo dos processos seletivos no
País. Neste sentido, o Mackenzie segue o exemplo de outras instituições
educacionais de primeira linha no Brasil, tanto públicas quanto
privadas, que já incluíram esta iniciativa em sua seleção”. Como se
percebe, apenas o governo paulista continua a remar contra a maré no que
é relativo às universidades paulistas adotarem o Enem. Enquanto não
adota, alunos alienados e com forte preconceito de classe vão continuar a
realizar movimentos que visam a continuidade da exclusão social
promovida por pessoas privilegiadas que pensam que o mundo foi
feitoapenas para elas usufruírem, além de serem governadas por políticos
(tucanos) que apostam nos sistema de casta em todas as áreas, inclusive
na educação, porque insistem em fomentar o bilionário mercado dos
cursinhos, das escolas e faculdades mercantilistas, pois oferecem um
ensino de baixíssima qualidade, além de favorecer algumas editoras e
gráficas, os jornalões e tevês privados que lucram comercialmente há
cerca de 20 anos com os governos neoliberais e de direita do PSDB.
Envio
pêsames aos 890 alunos do Mackenzie, que não tem a mínima compreensão
do processo de universalização, democratização e melhoria do ensino no
Brasil por causa do Enem. Pêsames a eles que são incapazes de entrar no
site do MEC e do IBGE e das Universidades para tomarem consicência dos
avanços e da inclusão social que está a acontecer nesta grande Nação que
é a sexta economia do mundo. Pêsames à intolerância deles e à crença de
que são mais importantes do que outros brasileiros, que, igualmente,
querem vencer na vida e ter uma vida de melhor qualidade por meio da
igualdade de oportunidades.
Os narizes de palhaço que os alunos
"mauricinhos" e "patricinhas"
usaram para protestar
contra o Enem e à
diretoria do Mackenzie
foi a única coisa que lhes caiu muito bem.
Neste
aspecto eles estão de parabéns.
É isso aí.
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