No festival de pizza da venda de emendas, mais uma farsa tucana
Lamentável.
O tucanato perdeu o pudor. A Comissão de Ética da Assembleia
Legislativa de São Paulo (ALESP) enterrou a "investigação" que chegou a
pensar em fazer sobre a venda de emendas parlamentares por deputados da
base aliada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Há
mais de um mês, o deputado Roque Barbiere (PTB) veio a público
denunciar esse balcão de negócios, sem citar nomes de colegas - só disse
que 30% dos 94 parlamentares vendem emendas para empreiteiras e
prefeituras. A crise então deflagrada foi agravada pelo tucano da vez, o
deputado Bruno Covas (SP), o preferido do governador Alckmin como
candidato a prefeito de São paulo no ano que vem.
Covas
contou ter recebido proposta de propina de um prefeito. Disse ter
recusado e orientado o ofertante a doar o dinheiro à uma Santa Casa. Não
o denunciou, nem tomou nenhuma outra providência.
Trabalhos encerrados para evitar testemunha
Há
poucas semanas, porém, o deputado Major Olímpio (PDT) apresentou ao
Conselho de Ética um nome para prestar depoimento à Casa - Tereza
Barbosa, presidenta da ONG Centro Educacional Cultural Santa Terezinha.
Ela confirmou ao deputado e a jornais o esquema da venda de emendas e
traria novas pistas sobre o caso. Segundo o deputado, ela teria lhe dito
que alguns parlamentares só indicavam verbas de emendas para sua
entidade, caso recebessem parte dos recursos.
Resultado:
os trabalhos da Conselho de Ética foram encerrados essa semana, antes
que fosse convocada e ouvida a testemunha. Além disso, o presidente da
Assembleia, deputado Barros Munhoz (PSDB) e outros parlamentares
ameaçaram até encaminhar o nome de Roque Barbiere ao Conselho, o que
encerrava risco de cassação de seu mandato.
Tudo,
então, não passou de uma verdadeira farsa e, pior, protagonizada com
dinheiro público. Ao final das contas, a Comissão apenas se limitou a
fazer umas cópias das atas das reuniões realizadas a respeito e as
enviou para o Ministério Público Estadual de São Paulo. Nada mais. Como
bem resumiu o deputado João Paulo Rillo (PT), “o relatório sai do nada e
caminha cinicamente a lugar nenhum”. Vejam que dos 18 requerimentos
apresentados na Comissão, apenas 3 foram aprovados.
Sim,
meus caros, o tucanato perdeu o pudor. E, pior, perdeu porque sabe que
conta com a cobertura da grande mídia para abafar o seu comportamento
hipócrita e cínico, acobertando um escândalo sem precedentes, durante os
governos José Serra e Geraldo Alckmin. Vamos aguardar agora as marchas
contra a corrupção cobrarem do PSDB, DEM e PPS a apuração desse
escândalo que envolve os deputados desses partidos em São Paulo.
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